A proposta dos socialistas para o aumento das pensões foi viabilizada, esta quinta-feira, com a junção de uma maioria de votos de partidos da oposição, com PCP, Bloco de Esquerda (BE), Livre e PAN a votarem a favor ao lado do Partido Socialista (PS) e a abstenção do Chega. Já o PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal (IL) votaram contra.
A medida foi então aprovada contra a vontade do Governo, mas, Manuela Ferreira Leite, afasta a ideia de que se trate de uma "derrota". Alerta, no entanto, para uma decisão "preocupante".
"Qualquer Governo responsável não teria condições, ou não tem condições, para poder tomar uma decisão destas sem grandes riscos. Eu não tenho nenhuma dúvida de que nenhum ministro socialista, o Dr. Mário Centeno ou o Dr. Fernando Medina, algum dia tivessem tomado esta medida", refere a ex-ministra das Finanças, no antigo Governo de Durão Barroso.
No próximo ano, quem recebe pensões até aos 1.565 euros vai ter um aumento adicional de 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei.
Na opinião de Manuela Ferreira Leite, em entrevista à SIC Notícias, esta medida não "desvirtua" o Orçamento do Estado para 2025, mas acusa o Partido Socialista (PS) de ser "irresponsável" por apresentar esta proposta.
"[Partido Socialista (PS)] não pretende, com certeza, uma tranquilidade relativamente a este sistema. Acho que é totalmente irresponsável o que está a ser feito. Se há momento, em que a imprevisibilidade é maior, relativamente ao que acontecerá em termos económicos no nosso país e no resto do mundo, é este", defende.