Luís Marques Mendes diz que o próximo Presidente da República vai ter de ser um “construtor de pontes” e dá o exemplo das negociações orçamentais entre governo e oposição como uma questão em que terá um papel importante. Um aviso numa semana em que vários potenciais candidatos se posicionaram para a corrida a Belém, entre eles o ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes.
Apesar de ter atirado para 2025 a decisão sobre uma candidatura presidencial, Luís Marques Mendes chega-se à frente para falar de uma tarefa que considera essencial para o próximo Chefe de Estado.
“O próximo Presidente da República, qualquer que seja, vai ter uma função muito importante, que é ser construtor de pontes”, afirmou. “Pontes de entendimento entre o Governo e a oposição.”
Dois dias antes deste espaço de comentário, foi Santana Lopes quem se colocou na corrida - assumindo que está pronto para avançar e que só um nome do PSD o refreia: o do ex-primeiro-ministro, Passos Coelho.
“Se o Pedro Passos Coelho não for [a eleições], eu acho que sou capaz de ganhar ao almirante [Gouveia e Melo]”, declarou Santana Lopes, afirmando que poderá avançar, se as sondagens lhe mostrarem que tem possibilidades de disputar a vitória.
Nesse mesmo dia, entre os potenciais candidatos à esquerda, também se ouviu falar sobre Gouveia e Melo. Augusto Santos Silva notou que ainda nunca ouviu o atual chefe do Estado-Maior da Armada dizer que vai candidatar-se a Belém.
Gouveia e Melo na liderança
No final da semana em que Henrique Gouveia e Melo comunicou ao Almirantado e também ao primeiro-ministro que não quer manter-se à frente do comando da Marinha, Marcelo Rebelo de Sousa recusou-se a dizer o que quer que seja.
Gouveia e Melo soma sondagens como o preferido. Na mais recente a ser divulgada, feita pela Intercampus para o Correio da Manhã, aparece com 23,2% das intenções de voto. Passos Coelho com 13,9%,Marques Mendes com 9,8%,Santana Lopes com 1,3%.
Mário Centeno é quem tem melhor resultado entre os candidatos de esquerda: 6,4%. O governador do Banco de Portugal tem mandato até julho de 2025. Não manifestou interesse em deixar o cargo, mas sabe que a decisão de reconduzi-lo cabe ao Governo.