É uma questão de dias até a mancha vermelha desaparecer. Parte destas plantas vai pintar os jardins de Tavira, a maior parte da produção já seguiu, levando o espírito natalício do Algarve ao Norte do país.
Chama-se Poinsétia, esta embaixadora mexicana da quadra mais conhecida por estrela-de-natal. Ao entrar também nas tradições portuguesas, ocupa, durante cinco meses, esta estufa de hortícolas, nas campinas de Faro.
Começaram há 17 anos. Apostaram em plantas maiores e vistosas para se distinguirem, mas descobriram que o Natal, afinal, não se faz só de vermelho. E há de tudo. Brancas, rosa, amarelas… toda uma palete de cores que assumem as folhas. Não são pétalas o que se vê.
“O que as pessoas pensam normalmente que é a flor, não é a flor. Isto são folhas, chama-se na verdade brácteas, são folhas modificadas e a verdadeira flor está no interior, nesta estrutura que se chama ciatos que é uma inflorescência. A cor vermelha vem pela indução, através dos dias curtos. São plantas que só viram o vermelho quando têm mais horas de escuridão do que de luz. Começa a acontecer a partir de setembro/outubro”, explica Sofia Fernandes, proprietária de Viveiro.
Hão de manter a cor até à primavera. Altura em que perdem a folhagem. Não é fácil manter o arbusto vivo até ao Natal seguinte, o que explica em parte porque voltam as estufas a trocar as hortícolas pela planta que pinta cenários.