Este fim de semana, as temperaturas desceram significativamente. Chegou o frio e, nas aldeias transmontanas,diz-se que já fazia falta. Os invernos rigorosos de outros tempos, contudo, ainda estão longe.
Os 5 graus, a meio da manhã, não demoveram Maria Barros de lavar a roupa no tanque da aldeia. Afinal, noutros tempos o inverno era bem mais duro.
Maria recorda alturas em que vinha lavar roupa “com neve a cair”. “Não havia máquinas, não havia nada”, lembra.
Aqui, a população está habituada ao frio. O que não é comum é um inverno tão ameno como tem sido até agora.
“Antigamente, era muito frio. Às vezes, a gente acordava com a roupa da cama toda em geada. Era muito ruim”, conta Margarida Faria, habitante de uma aldeia no distrito de Vila Real.
“Janeiro convém vir frio, não chuvoso. Faz falta, porque as couves têm muito bicho, e por causa das terras. Para matar a bicharada. Se não, depois, para o ano, não podemos plantar batatas, nem feijão, nem nada”, diz Maria Peixoto, outra vizinha.
Nas casas das aldeias da serra do Alvão, a maioria dos aquecimentos continua a ser a lenha. Américo Pinto, madeireiro, perde as contas às toneladas que vende.
Para já, o sol também dá uma ajuda. De uma maneira ou de outra, os habitantes estão prevenidos. É tempo de frio e, agora, parece que veio para ficar.