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Marcelo diz que Portugal falha para com os sem-abrigo e quer conhecer estratégia do Governo

O Presidente da República afirma que, em ano de autárquicas, a crise da habitação tem de ser um tema fundamental e não pode ser tratado com indiferença. Os sem abrigo são "uma parte da sociedade que fica para trás", alerta Marcelo.

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A estratégia do Presidente da República sempre foi a de pressionar para uma causa que elegeu pouco depois de chegar a Belém. A estratégia para pessoas em situação de sem abrigo foi sendo sucessivamente colocada na agenda e, prestes a entrar no último ano do segundo mandato, Marcelo Rebelo de Sousa conta ao Expresso da Manhã que é tempo de a por em prática.

"Este ano que vem vai ser decisivo, por duas razões. Primeiro, porque há um novo Governo, que ficou de apresentar a estratégia. Segundo, porque há eleições autárquicas e, portanto, o que os atuais autarcas quiserem fazer têm menos de um ano para fazer. É fundamental que um dos pontos de debate nas eleições autárquicas seja como é que vai ser a habitação", afirma Marcelo.

A visibilidade aos sem-abrigo para expor um problema da sociedade portuguesa não teve o alcance desejado pelo Presidente da República, que diz que se 2024 revelar um aumento de 20% no Porto e em Lisboa não se pode continuar a passar ao lado sem saber como lidar com os números.

“Precisamos de saber qual é a estratégia do Governo. Acho que a estratégia tem de ser nacional, embora a execução tenha de ser de componente dominante local. Faz sentido que haja, de uma forma muito clara, um plano que diga até onde há financiamento da parte do Estado e como este será utilizado pelas autarquias”, diz o chefe de Estado.

“É uma parte da sociedade que fica para trás”

Marcelo volta a avisar que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) se esgota no tempo e que Portugal falha no combate à pobreza.

“Temos dificuldade em dar grande prioridade a este aspeto. É uma parte da sociedade que fica para trás - e fica irreversivelmente para trás. Se um quinto ou um sexto da sociedade ficar para trás, é evidente que sofre toda a sociedade.”