O problema está à vista de todos. Em alguns bairros da cidade de Lisboa o lixo está no passeio ou acumula-se à volta dos caixotes.
"Muito lixo, é uma vergonha, dormem ali, drogam-se ali debaixo, dormem em cobertores, mandam tudo para o meio da rua. É uma vergonha mesmo", queixa-se Maria Elizete, moradora do bairro da Graça.
E o problema pode vir a agravar-se na semana das festas. Os trabalhadores da Higiene Urbana de Lisboa vão estar em greve nos dias 26 e 27 e não vão fazer horas extraordinárias entre o Natal e a véspera de Ano Novo.
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa justifica esta paralisação com a falta de respostas de Carlos Moedas sobre os problemas que setor tem vindo a enfrentar.Mas, aos olhos do autarca surge apenas uma pergunta:
"Porquê agora? É injusto, desde já, porque este Executivo que lidero há apenas três anos tem vindo a fazer tudo o que pode para melhorar as condições do trabalho das mulheres e dos homens da Higiene Urbano. É por eles por todos os lisboetas que estou aqui hoje para fazer um último apelo aos sindicatos: venham sentar-se à mesa e negociar como temos feito nos últimos três anos."
Últimos três anos em que pouco ou nada tem feito o autarca, acusa o Sindicato de Trabalhadores do Município de Lisboa.
"A Câmara Municipal de Lisboa continua a falar muito em teoria, mas pouco na prática. Em vez de resolver os problemas que até que acordou com o sindicato e os trabalhadores acresceu outros problemas", afirma Luís Dias.
Carlos Moedas diz que a greve é incompreensível e injusta e já tem um plano para minimizar o impacto na saúde pública.
"Decidimos por isso, hoje, criar de imediato uma equipa de gestão de crise que estará 24 horas à disposição dos presidentes de Junta. Vamos distribuir pelas freguesias de Lisboa contentores de obra onde as pessoas, em último caso, podem depositar o lixo", anunciou o autarca lisboeta.
A greve também está marcada para os municípios de Oeiras, Portimão e dezenas de municípios do Norte.