Luís Montenegro tem uma carta para dar resposta em vésperas de Natal. Quem lhe escreve entendeu que era urgente interromper os votos habituais da quadra e alertá-lo para o que consideram intolerável.
São 21 nomes, de ação política reconhecida, ligados ao Partido Socialista (PS), ao Bloco de Esquerda (BE) e ao Livre, que consideram que esta imagem constitui um ataque do Governo ao Estado Social e ao Estado de Direito.
Augusto Santos Silva, Alexandra Leitão, Constança Urbano de Sousa, Catarina Martins ou Rui Tavares lembram nesta carta aberta, a comunicação ao país de Luís Montenegro sobre segurança para anunciar que as polícias teriam ações de visibilidade.
"Senhor primeiro ministro, queremos recordar-lhe que ações policiais desproporcionais violam a lei do nosso país", lê-se na carta aberta.
Falam numa mudança de paradigma que o Governo está a fazer e que noutros países significou - consideram - a desistência do Estado Social.
"Governos que criam perceções de insegurança para depois as usarem achando que é com elas que encherão de votos as urnas. Sem quererem saber de danos colaterais".
Falam em exibições de autoritarismo, usadas como alfinetes na lapela, por titulares de cargos políticos. E nas palavras que dirigem ao primeiro-ministro lembram o que disse o Presidente da República.
"Deve ser feito com recato, que eu também penso noutro tipo de atuações, por uma questão de afirmação das instituições e do peso pedagógico", afirmou Marcelo Rebelo Sousa.
Montenegro vê dirigidas a si as críticas e desta atuação da polícia, não se ouviu uma palavra da Ministra da Administração Interna.