O Bastonário da Ordem dos Médicos acusou o Ministério da Saúde de não conseguir tornar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais atrativo para os médicos. Apesar de criticar a falta de avanços significativos, reconheceu como positiva a tentativa de retirar das urgências os casos que não são urgentes.
O plano estratégico do governo para o SNS, segundo o grupo de trabalho que o avalia, já trouxe alguns resultados. A Linha SNS Grávida ajudou a reduzir as idas desnecessárias às urgências, enquanto o programa Oncostop eliminou as listas de espera para cirurgias oncológicas que ultrapassavam os prazos máximos.
Carlos Cortes, no entanto, apontou a necessidade de uma análise mais detalhada sobre o impacto das medidas.
"Se a avaliação desta comissão é uma melhoria de 70% e, certamente terão dados objetivos para o afirmar, eu não acho que tenha havido uma melhoria do SNS, se a podemos quantificar, nesta ordem de grandeza", disse em entrevista à SIC.
A falta de recursos humanos continua a ser um dos maiores desafios do SNS. Apesar do esforço para contratar mais médicos, os especialistas alertam que as iniciativas do governo têm sido insuficientes. Carlos Cortes diz mesmo que a prestação do Executivo de Luís Montenegro nesta área tem sido “francamente negativa”, sublinhando a incapacidade de criar condições para atrair, fixar e reter médicos no sistema público.
Ainda assim, o Bastonário reconheceu a coragem do governo para enfrentar problemas antigos, como a reorganização do serviço de urgência.