Joe Berardo está em risco de ser despejado do apartamento luxuoso onde vive, em Lisboa. O empresário é um dos maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o banco público viu agora a Justiça dar autorização para executar a casa de Berardo e uma outra, que pertence à filha. Os dois imóveis estão avaliados em cerca de quatro milhões de euros.
Tem mais de 400 metros quadrados, um T5 no topo de um prédio na avenida Infante Santo. Berardo comprou-o em 1999 e em 2008 foi vendido à Atram, uma sociedade imobiliária que tinha precisamente Berardo como presidente do conselho de administração.
O negócio foi feito numa altura em que a crise financeira mundial começava a subir de tom e já com os empréstimos de mil milhões de euros à banca, entre Caixa, BCP e Novo Banco, a darem sinais de alarme.
A Atram ficou ainda com um T4 de 280 metros quadrados na Lapa, onde vive a filha. Os dois imóveis, avaliados em cerca de quatro milhões de euros, estão agora na mira da CGD.
A 26 de dezembro do ano passado, o Tribunal Cível de Lisboa deu luz verde ao banco do Estado para executar diretamente este património da sociedade imobiliária Atram, ou seja, tanto Berardo como a filha podem ser despejados e pode a Caixa partir para a execução e venda dos dois apartamentos.
Para que isto não aconteça, o empresário terá de pagar 50 milhões de euros.
Este é um dos processos que coloca de um lado a CGD e do outro Berardo. Neste caso, o banco usou um mecanismo previsto na lei - a desconsideração da personalidade jurídica - tendo como alvo a Atram. Foi a estratégia encontrada para chegar ao património do empresário através precisamente desta sociedade.