Portugal estará representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, na posse de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique. Iniciativa Liberal e PAN criticam a decisão do Governo, já o Chega e o Livre aprovam a solução, mas com algumas reservas.
Para Rui Rocha, a ida do ministro dos Negócios Estrangeiros a Moçambique abre um “conflito institucional”.
“Parece-me totalmente não indicada. Abre um conflito institucional, já que na passada sexta-feira o Parlamento português, com a abstenção do PSD, aprovou uma iniciativa da IL que recomendava o não reconhecimento dos resultados das eleições de Moçambique”, diz o líder da Iniciativa Liberal.
Já o Bloco de Esquerda aponta a decisão de enviar Paulo Rangel como “precipitada”.
"Se o Governo se faz representar numa tomada de posse de um determinado Governo, então reconhece esses resultados eleitorais", afirma Isabel Pires, deputada do BE.
O PAN critica também a opção do Governo, através de uma publicação nas redes sociais.
"Portugal dá um sinal errado (...) descurando a contestação em torno dos resultados eleitorais e a necessidade de preservar os valores democráticos e o respeito pelos direitos humanos", escreve Inês Sousa Real.
Outros partidos não se opõem à solução encontrada, mas deixam recomendações a Paulo Rangel:
O líder do Chega, André Ventura, diz que "se vai estar alguém presente, deve deixar claro em Moçambique que o que aconteceu é um ataque à liberdade".
Paulo Muacho, deputado do Livre, considera que "é importante que não se encare a presença do ministro como, no fundo, conivência com fraude eleitoral e violência por parte do Governo moçambicano".
Decisão tomada entre Belém e São Bento
A decisão de enviar Paulo Rangel e não Marcelo Rebelo de Sousa a Maputo é vista pelo Governo como uma solução intermédia, tomada em concertação entre Belém e São Bento.