Comecemos pelo lado esquerdo do espetro partidário: Mário Centeno deu na última noite uma entrevista a Vítor Gonçalves, na RTP 3, em que deixou claro que já decidiu que não irá avançar com uma candidatura presidencial no próximo ano.
Centeno acrescentou que a decisão já foi tomada e comunicada ao seu círculo mais próximo. E, além disso, o Governador do Banco de Portugal acrescentou que conta terminar o seu mandato na organização, a meio deste ano, e quiçá continuar por lá para mais um mandato.
Em relação ao cargo de Governador, não se vê como é que Mário Centeno poderá continuar no Banco de Portugal, dadas as relações tensas com o Governo de Luís Montenegro. Ainda esta quarta-feira, o ministro das Finanças, Miranda Sarmento, deixou no Parlamento várias farpas à atuação da instituição sobre a forma como a comissão de vencimentos tem sido gerida.
Saindo da luta das Presidenciais, Centeno abre caminho à esquerda para António José Seguro, o antigo secretário-geral do partido que, depois de 10 anos de silêncio, agora voltou em força e com vontade de se apresentar nesta corrida.
Aliás, não por acaso nesta quinta-feira, Carlos Zorrinho, que esteve ao lado de Seguro quando este liderava o PS, veio dar uma entrevista ao Público manifestando o seu apoio a uma candidatura presidencial de Seguro e criticando a ideia de primárias nos socialistas para a escolha do candidato a apoiar.
Resta saber o que fará António Vitorino. O antigo ministro e antigo comissário europeu já sinalizou que no início deste ano diria se avança ou não para uma candidatura.
À direita, mais figuras já apresentaram vontade de avançar. Desde logo, o antigo líder do PSD e comentador da SIC Luís Marques Mendes. Bem como o líder do Chega, André Ventura, que vai repetir a candidatura de há cinco anos.
E na última noite, também Rui Rocha disse que a Iniciativa Liberal vai apoiar um candidato próprio.
Para além destes nomes, há que contar com aquele que parece nesta altura o grande favorito. O Almirante Gouveia e Melo passou à reserva militar, disse que vai de férias e depois deverá anunciar a sua candidatura.
Com isto, a luta quer à esquerda quer à direita parece muito acesa. E a definição de quem passará à segunda volta tem contornos ainda muito pouco claros.