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Dimensão dos ecrãs publicitários na Segunda Circular em Lisboa vai ser reduzida

O acordo foi já homologado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa na sequência da providência cautelar apresentada pelo ACP contra a instalação de até 125 painéis publicitários.

Dimensão dos ecrãs publicitários na Segunda Circular em Lisboa vai ser reduzida
JOSÉ SENA GOULÃO

As dimensões dos painéis digitais de publicidade na Segunda Circular e noutras zonas de Lisboa vão ser "reduzidas substancialmente", anunciou esta sexta-feira o Automóvel Club de Portugal (ACP), após acordo com a câmara municipal e as empresas JCDecaux e MOP.

De acordo com o ACP, o acordo foi já homologado pelo Tribunal Administrativo de Lisboa na sequência da providência cautelar apresentada pelo ACP contra a instalação de até 125 painéis publicitários de grande formato nas principais vias de circulação da cidade, por considerar que representavam "um risco para a segurança rodoviária".

Na providência cautelar, apresentada em setembro de 2024, o ACP disse que não estava em causa a existência de mobiliário urbano com publicidade digital, "apenas a sua localização e dimensão, claramente atentatórias da segurança rodoviária".

Após uma reanálise quanto à instalação dos painéis digitais de publicidade, a Câmara de Lisboa e a empresa JCDecaux concordaram, segundo o ACP, em promover as "alterações consideradas adequadas", no que se refere à dimensão, luminosidade e localização de alguns dos equipamentos correspondentes aos "painéis digitais de grande formato", respondendo às preocupações manifestadas na providência cautelar.

A agência Lusa questionou a Câmara de Lisboa sobre este acordo, aguardando ainda uma resposta.

De acordo com o ACP, entre as alterações está a instalação de um painel digital de 100 metros quadrados (m2) na Segunda Circular, situado entre o Estádio da Luz e o Centro Comercial Colombo, que será substituído por "um painel digital de 22 m2 e será reposicionado de modo a garantir "um maior afastamento da via, ficando a cinco metros de distância em relação à berma".

Os três painéis digitais de 37 m2 na Segunda Circular, um em frente à Escola Superior de Comunicação Social, um junto ao Estádio de Alvalade e outro junto ao Hipódromo - acesso ao Campo Grande, serão alterados na sua dimensão para 22 m2 e serão também "devidamente reposicionados".

Outras das alterações são no painel digital de 100 m2 e nos três painéis digitais de 37 m2, que serão removidos da Segunda Circular e serão instalados nos eixos definidos no contrato de concessão como preferenciais para o lote 2, com exceção da Segunda Circular, e mediante prévia auscultação do ACP, que poderá sugerir ajustamentos e ou alterações de localização, a ponderar pelo município.

O ACP referiu ainda que o painel digital de 220 m2 será instalado na zona de entrada de Lisboa pela Avenida Duarte Pacheco, após o viaduto, no mesmo local onde se encontrava o anterior painel, e que os quatro painéis digitais já aprovados pelo município para a Segunda Circular - acesso à Segunda Circular após rotunda da BP, antes da saída para a rotunda do aeroporto, após a entrada da rotunda do aeroporto e após Azinhaga das Galhardas - "não serão aí instalados, de modo a não se aumentar o número de painéis nessa via de circulação".

No âmbito do acordo quanto às localizações, dimensões e características dos painéis instalados e a reinstalar, a ACP aceitou os dois painéis digitais de 37 m2 instalados na Calçada de Carriche.

A este propósito, o ACP destacou o entendimento com o município de Lisboa para uma reavaliação dos painéis publicitários, "por uma equipa multidisciplinar com valências técnicas e expertise em matérias como a acessibilidade, a mobilidade, a segurança contra incêndios e a segurança rodoviária, e reforçada com pareceres externos e internos", em que foram reanalisadas e discutidas as condições de instalação e a sua conformidade com as normas legais e regulamentares aplicáveis, designadamente, em matéria de distanciamentos e afastamentos obrigatórios, de acessibilidade e mobilidade e de segurança de pessoas e bens.

Em causa está o contrato de concessão à JCDecaux para a instalação e exploração publicitária em Lisboa, que foi aprovado pela câmara municipal, em setembro de 2022 (apesar de o processo se ter iniciado no anterior executivo camarário), tendo um prazo de 15 anos, com a empresa a pagar à autarquia "a remuneração anual de 8,3 milhões de euros" como contrapartida.

Esse contrato inclui:

  • "900 mupis, dos quais pelo menos 10% devem ser de natureza digital";
  • 2.000 abrigos;
  • 75 sanitários públicos;
  • 40 mupis amovíveis, para publicidade institucional;
  • "um número de painéis digitais de grande formato não superior a 125 e que, no seu conjunto, compreenda uma área total de faces publicitárias entre 2.500 m2 [metros quadrados] e 3.000 m2;
  • 20 mupis de natureza digital e cinco painéis digitais (4x3 metros), a utilizar exclusivamente como equipamento informativo municipal".