O Parlamento aprovou esta sexta-feira a desagregação de 135 freguesias que estavam unidas desde 2013. PSD e partidos da Esquerda criticaram a lei Relvas e defenderam a vontade das populações.
O Chega, apesar das duas inflamadas intervenções em púlpito, nunca chegou a dizer como ia votar. E, no final do debate, Hugo Soares disponibilizou o último minuto que o PSD tinha para que o Chega pudesse “esclarecer os portugueses”.
“Nós somos responsáveis e à pergunta do senhor deputado vou responder com a abstenção”, respondeu Luís Paulo Fernandes.
Logo de seguida, a socialista Marina Gonçalves acusou o Chega de “jogo político”. A proposta, no entanto, acabou por ser aprovada com votos favoráveis do PSD, PS, BE, PCP, Livre e PAN - que se uniram para romper a chamada “lei Relvas”.
“Esta lei não roubou apenas os serviços públicos, pretendeu roubar capacidade de luta às populações”, afirmou Joana Mortágua.
135 uniões de freguesias passam agora a ser 303, numa aprovação de que só os liberais se demarcaram.
“Mais freguesias significa mais despesa pública, mais presidentes, mais executivos, mais lugares para distribuir e tudo pago com o dinheiro dos contribuintes”, destacou Mariana Leitão, da IL.
E o que vai dizer o Presidente?
A mudança vai a tempo das autárquicas, isto se o Presidente da República a deixar passar. Porque em 2021, Marcelo disse ter uma posição de princípio, de não alterar o mapa do poder local em ano de autárquicas.