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Inspeção Geral das Atividades em Saúde investiga Gandra D'Almeida pela segunda vez

A IGAS vai investigar o caso que levou à demissão do diretor-executivo do SNS. Gandra d'Almeida saiu depois da Investigação SIC ter revelado uma alegada acumulação ilegal de funções e respetivos pagamentos. A oposição pede esclarecimentos urgentes no Parlamento.

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António Gandra d'Almeida apresentou demissão após a emissão da Investigação SIC. A reportagem indicava que o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) acumulou durante mais de dois anos as funções de diretor do INEM do Norte com as de médico tarefeiro nas urgências dos hospitais de Faro e Portimão - duas funções publicas incompatíveis, que renderam mais de 200 mil euros.

A lei diz que é incompatível, mas António Gandra d'Almeida conseguiu que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento. No entanto, de acordo com os documentos que a Investigação SIC teve acesso, Gandra d'Almeida ganhou mais de 200.000 euros por esses turnos.

Trinta minutos após a emissão da reportagem da SIC, o gabinete da ministra da Saúde indicou que Ana Paula Martins aceitou a demissão, atendendo às circunstâncias e a importância de preservar o SNS.

Oposição pede mais esclarecimentos

Pedro Nuno Santos diz que o primeiro-ministro é o responsável pelo que está a acontecer na Saúde, a "área prioritária de Luís Montenegro durante a campanha".

O PCP não compreende a escolha do diretor-executivo do SNS, tendo em conta as incompatibilidades. O Bloco de Esquerda vai pedir uma audição urgente no Parlamento de Gandra d'Almeida e da ministra. O Chega quer toda a documentação que fundamentou a nomeação do ex-diretor do SNS.

Por outro lado, o líder parlamentar do PSP considera que a demissão de Gandra d'Almeida não prejudica a ministra da Saúde.

Não é a primeira vez

A Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) vai investigar o caso que levou à demissão do agora ex-diretor-executivo do SNS. É a segunda vez que Gandra d'Almeida é alvo de uma investigação pela IGAS.

No final do ano passado foi investigado por alegadamente ter desrespeitado as listas de espera do Hospital de Vila Nova de Gaia, para ser submetido a uma cirurgia plástica.

O novo diretor-executivo do SNS deverá ser anunciado nos próximos dias.