Na semana passada, em entrevista ao semanário Expresso, Pedro Nuno Santos fez várias declarações sobre a questão da imigração que geraram discórdia dentro do seu partido. O secretário-geral do Partido Socialista (PS) admitiu que não se fez tudo bem nos últimos anos quanto a este tema. Avançou ainda vai propor uma solução legislativa que permita regularizar imigrantes que estão a trabalhar e que recusa recuperar a manifestação de interesses.
Na antena da SIC Notícias, Ricardo Leão revelou que vê com bons olhos a "mudança de posição" do líder socialista e voltou a reforçar que é errado associar imigração a segurança.
"Fico feliz por ser ele próprio [Pedro Nuno Santos] a recentrar, por um lado, o tema da imigração e colocar a questão separada da segurança e por outro lado, não ter falta de comparência. Porque este tema [imigração] não é de esquerda nem de direita, é um tema de todos", referiu o presidente da Câmara Municipal de Loures.
Ricardo Leão garante que não é contra a imigração, mas chama à atenção para a importância de se cumprir regras.
"É um tema delicado, mas o Partido Socialista (PS) não pode faltar ao compromisso perante o seu eleitorado e apresentar soluções. Os problemas do passado são problemas do passado, houve soluções que foram apresentadas no passado, resultaram ou não resultaram, cada uma fará a sua avaliação. Os problemas de hoje são diferentes."
No passado mês de outubro, na sequência da morte de Odair Moniz, o presidente da Câmara Municipal de Loures defendeu o despejo "sem dó nem piedade" de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que ocorreram na Área Metropolitana de Lisboa.
Quatro meses depois, confrontado com as suas declarações polémicas, Ricardo Leão diz que retira apenas a expressão "sem dó nem piedade" e que mantém a sua opinião.
"O Estado social como nós acreditamos hoje é esse: tem que haver direitos e deveres. Senão o Estado social em que o Partido Socialista (PS) acredita, o Estado social humanista tem um fim", acrescenta.