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Operação Influencer: IL quer ouvir Costa e dois antigos chefes de gabinete no Parlamento

Terá sido apreendida num cofre no espaço de trabalho de Vítor Escária, antigo chefe de gabinete de António Costa, uma 'pen-drive' com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes de serviços policiais e de segurança. Para o presidente da IL, o caso "pode configurar uma situação criminosa e, sobretudo, é uma falha da informação que pode causar questões muito melindrosas ao Estado português".

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A Inicitativa Liberal (IL) quer ouvir António Costa e os chefes de gabinete do então primeiro-ministro sobre a pen-drive encontrada com informações comprometedoras do segredo de Estado, no âmbito das buscas da Operação Influencer. Rui Rocha diz que é importante esclarecer se a pen foi usada.

Em conferência de imprensa, no Parlamento, o presidente da IL, Rui Rocha, adianta que também pretende chamar ao Parlamento os dois últimos chefes de gabinete do ex-primeiro-ministro, Vítor Escária e Francisco André, e os diretores dos serviços de segurança e de informações atingidos por este caso.

Para o presidente da IL, este caso "pode configurar uma situação criminosa e, sobretudo, é uma falha da informação que pode causar questões muito melindrosas ao Estado português".

"Estamos aparentemente perante uma falha grave de confidencialidade de assuntos muito melindrosos que podem pôr em causa a segurança do Estado. É obrigação da IL trazer ao parlamento os responsáveis, as pessoas que estavam em funções nessas alturas e quem teve acesso a essa informação", justifica.

A 'pen-drive' em causa

Rui Rocha apresentou as iniciativas depois de a revista Sábado ter noticiado que, em novembro de 2023, foi apreendida num cofre no espaço de trabalho de Vítor Escária, antigo chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa, uma 'pen-drive' com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes de serviços policiais e de segurança.

Nessa 'pen-drive', constava dados de agentes do Serviço de Informações e Segurança (SIS), Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Polícia Judiciária (PJ) e Autoridade Tributária (AT).

Uma fonte ligada a Vitor Escária garante que o então chefe de gabinete de Costa nunca abriu a pen, nem tão pouco sabia que estava guardada no escritório. E sugere que a pen terá chegado à residência oficial do primeiro-ministro quando Francisco André era o chefe de gabinete de Costa.

A Sábado questionou o gabinete de António Costa em Bruxelas sobre se o antigo primeiro-ministro sabia da existência desta pen mas não obteve resposta.

Já a defesa do ex-primeiro-ministro diz à SIC que “em momento algum foi confrontado com a existência desta alegada pen ou com o seu conteúdo, desconhecendo em absoluto do que se trata”.