O líder do Chega, André Ventura, ameaça avançar com uma moção de censura, caso Luís Montenegro não fale sobre a polémica em torno da empresa imobiliária da família.
Em antena na SIC Notícias, Raquel Abecasis, Martim Silva e Diogo Teixeira Pereira concordam que a ameaça de Ventura tem um único objetivo: criar um novo debate e afastar os olhos (e as críticas) do Chega.
“Ventura está numa fuga para frente, a tentar desviar atenções depois dos casos que poderão estar a prejudicar o Chega junto do seu eleitorado”, diz a comentadora da SIC Raquel Abecasis, referindo-se aos caos de pedofilia de menor, furto de malas, álcool ao volante e ofensas no Parlamento.
“Montenegro deixou de falar”
Martim Silva considera que “o caso não tem gravidade para uma moção de censura, que só se justifica quando há um caso que se entenda que é o fim da linha de um Governo”. No entanto, salienta que o primeiro-ministro “não está a agir bem”.
“Montenegro deixou de falar, só faz a comunicação controlada, sem perguntas ou questões”, diz o diretor-adjunto de Informação da SIC, realçando que este silêncio também prevaleceu na recente remodelação do Governo e nas demissão do CEO do SNS e do secretário de Estado Hernâni Dias.
Diogo Teixeira Pereira afirma que Montenegro adota mesmo um “silêncio estratégico”, mas que “devia explicar o que está em causa”, principalmente se a acusação do Chega é ”tão absurda".
O jornalista da SIC teme, no entanto, que não aconteça nada nos próximos dias, já que o chefe do Governo estará no Brasil.
“Já sabem qual é a resposta habitual: no estrangeiro não fala sobre assuntos nacionais.”