Os presidentes das câmaras municipais de Alenquer, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Benavente e Vila Franca de Xira foram surpreendidos com a decisão de encerrar a urgência pediátrica do hospital durante a noite e aos fins de semana. A falta de recursos humanos para assegurar as escalas foi a justificação apresentada pela Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo.
Com as portas fechadas, os utentes são obrigados a fazer deslocações. De carro, a viagem até Lisboa demora cerca de 40 minutos, de transportes públicos pode ultrapassar uma hora e meia. Apesar de ter sido garantido que a situação é temporária, não há previsão para a reposição do funcionamento pleno da urgência pediátrica em Vila Franca de Xira. Perante o cenário, os cinco autarcas apelam à intervenção urgente do Governo.
A contestação surge no mesmo dia em que entra em funcionamento o primeiro Centro de Atendimento Clínico Pediátrico no Grande Porto. Localizado no Hospital da Prelada e gerido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto, o centro irá receber casos pouco urgentes ou não urgentes, vindos das urgências hospitalares de São João, Santo António, Matosinhos e Gaia-Espinho, bem como crianças referenciadas pela linha SNS 24 sem resposta nos cuidados primários.
O modelo prevê um pagamento de 51 euros por cada utente tratado e tem capacidade para atender entre 100 a 150 crianças por dia. Trata-se de uma solução intermédia entre as urgências hospitalares e os centros de saúde, inserida num projeto-piloto de reorganização das urgências pediátricas, que envolve cerca de 20 hospitais e prevê a criação de centros semelhantes nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.