O juiz de instrução criminal do processo Influencer recusou devolver a Vítor Escária os 75.000 euros que, em novembro de 2023, foram apreendidos ao então chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro António Costa, confirmou a defesa.
O advogado Tiago Rodrigues Bastos acrescentou, à Lusa, que já recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa da decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal.
A notícia da recusa pelo juiz Nuno Dias Costa da devolução do montante a Vítor Escária foi avançada esta sexta-feira pelo semanário Expresso. Segundo o jornal, existem indícios da prática de um crime de recebimento indevido de vantagem. O antigo chefe de gabinete de António Costa tem alegado que se trata de rendimentos de trabalhos no estrangeiro.
Em novembro de 2023, foi também descoberta no cofre do gabinete de trabalho de Vítor Escária uma 'pen-drive' com a identificação e outros dados pessoais de centenas de agentes do Serviço de Informação e Segurança (SIS), Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), Polícia Judiciária (PJ) e Autoridade Tributária (AT).
A apreensão deu origem a um inquérito por violação do segredo de Estado, no âmbito do qual o antigo chefe de gabinete foi ouvido em 30 de janeiro de 2025 pelo Ministério Público.
Operação levou à queda do anterior Governo
O primeiro-ministro António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República em 7 de novembro de 2023, por causa de uma investigação judicial sobre a instalação de um centro de dados em Sines e negócios de lítio e hidrogénio.
Osinquéritos-crimecom origem na chamada Operação Influencer,que levou à queda do anterior Governo, envolvem oCentro de Dados de Sines,oinvestimento em lítio,oprojeto de hidrogénioeAntónio Costa que, apesar de suspeito,nunca foi constituído arguido.
Na altura, a operação levou à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.
Com Lusa