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Regresso das parcerias público-privadas: boa ou má ideia?

O Governo anunciou há dias que vai avançar com as PPP em cinco hospitais. Sabe-se agora que os centros de saúde agregados aos hospitais em causa também vão ser geridos da mesma forma. Mas será uma boa ou uma má ideia? A análise é dos médicos Francisco Goiana da Silva e Alberto Caldas Afonso.

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O Governo anunciou, na semana passada, que ia avançar com parcerias público-privadas (PPP) em cinco hospitais: Braga, Amadora-Sintra, Vila Franca de Xira, Loures e Garcia de Orta. Esta sexta-feira, o jornal Expresso diz que o relançamento das PPP abrange também todas as estruturas que pertencem às cinco Unidades Locais de Saúde (ULS) destes hospitais. Estão também, por isso, abrangidos pela gestão privada 174 centros de saúde.

Francisco Goiana da Silva, médico e comentador da SIC, e Alberto Caldas Afonso, médico pediatra, diretor do Centro Materno-Infantil do Norte e presidente da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente dizem, na SIC Notícias, ser a favor de instrumentos que garantam uma gestão "mais eficiente".

Francisco Goiana da Silva explica que as PPP não significam que o SNS vai ser privatizado:

"O SNS não vai deixar de ser público, os hospitais não deixam de ser públicos, o dinheiro não deixa de ser dos contribuintes. Apenas chamamos gestores privados para gerir o público."

No mesmo sentido, Caldas Afonso reforça que o SNS não vai ser privatizado com as PPP. Significa antes ter um sistema de gestão "mais eficaz":

"Se não tivermos um novo modelo de gestão, as urgências vão continuar a encerrar", afirma o diretor do Centro Materno-Infantil do Norte .

E continua: "Todos precisamos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Esse deve ser o principal objetivo."

O médico pediatra realça que têm de ser criadas condições para atrair recursos humanos. As pessoas só vão trabalhar num local se se sentirem "respeitadas e felizes". Não é com o atual modelo de gestão que se vão sentir assim, defende. O foco deve ser, diz o mesmo médico, manter as urgências (e não só) abertas com profissionais "motivados".

"[As parcerias público-privadas] são modelos que têm muito maior eficiência, em que se poupa muito dinheiro e que têm melhor resposta", defende Alberto Caldas Afonso.

O regresso das PPP: onde?

Na semana passada, o Governo anunciou que vai avançar com parcerias público-privadas em cinco hospitais do país: Braga, Amadora-Sintra, Vila Franca de Xira, Loures e Garcia de Orta.

Neste sentido, Leitão Amaro revelou ainda que o Executivo lançou dois mecanismos para garantir um processo “aberto e transparente” e de comparação de preços com o setor público, para garantir que as PPP são “geridas também com poupanças para os contribuintes”.

Esta sexta-feira, o jornal Expresso avança que este relançamento das PPP abrange também todas as estruturas que pertencem às cinco Unidades Locais de Saúde (ULS) destes hospitais.

Falamos então da ULS de Braga, ULS Estuário do Tejo, ULS Amadora-Sintra, a ULS Almada-Seixal e ULS Loures-Odivelas. Estão também, por isso, abrangidos pela gestão privada 174 centros de saúde.