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Porque falhou a mensagem de alerta à população no dia do apagão? As respostas da Proteção Civil

Face às várias críticas pela falha na comunicação durante o apagão geral, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil justificou que o alerta à população através da SMS não chegou à maioria da população devido a problemas técnicos das operadoras. O presidente da ANEPC assegura que a decisão do envio da mensagem foi tomada em "tempo útil", apesar de, na altura, "haver muito pouca informação sobre o que se estava a passar”.

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O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), José Manuel Moura, admitiu, esta quarta-feira, que a mensagem de alerta enviada à população durante o apagão que afetou o país não chegou à maioria dos destinatários.

Segundo explicou em conferência de imprensa, às 17:15 de segunda-feira foi iniciado o processo de envio da SMS à população, programada para ser enviada entre as 18h e as 24h, mas diversas questões técnicas impediram que o alerta chegasse de forma eficaz.

“As comunicações entre os operadores e os clientes estavam seriamente afetadas", tendo sido "a taxa global de entrega inferior a 50%", afirmou o responsável, acrescentando que não há confirmação de que o SMS tenha sido recebido por clientes internacionais.

A falta de cobertura de rede, equipamentos sem bateria, ausência de energia nas células de antenas dos operadores e a sobrecarga nos centros de envio de SMS foram outros dos motivos para que a mensagem não tenha chegado como previsto.

"O nosso empenho foi total", mas as “operadoras ficaram limitadas”

José Manuel Moura adiantou também que face à falta de energia, as "próprias operadoras ficaram limitadas na sua capacidade de resposta”, sublinhado que a decisão de emitir o alerta foi tomada em "tempo útil".

O presidente da ANEPC reconheceu que o conteúdo da mensagem enviada era, porém, limitado, porque "apenas se sabia que tinha havido um apagão", assegurando , no entanto, o "empenho total" da Proteção Civil.

O exemplo do Chile

Recordando a sua experiência anterior durante um sismo no Chile, há cerca de 10 anos, José Manuel Moura destacou a importância de garantir o abastecimento de energia em infraestruturas críticas como os hospitais, preocupação que considera prioritária neste tipo situações.

Para além do SMS, foram usadas outras formas de comunicação, como os meios de comunicação social e o site da Proteção Civil, embora "todas as outras formas de alerta tenham sido comprometidas pela falha de energia".

Mensagem da Proteção Civil mais cedo poderia ter “acalmado a população”