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Análise

"Candidatura única facilita a vida a José Luís Carneiro, mas complica a afirmação do PS"

A sucessão no PS e a revisão constitucional são dois dos temas em análise no Expresso da Manhã, com Paulo Baldaia.

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O Partido Socialista marcou eleições diretas para 27 e 28 de junho. José Luís Carneiro assumiu uma candidatura que garante que vai ser de unidade e com espaço para todos nos órgãos do partido. O que é que sai depois desta Comissão Nacional? Com ou sem liderança ficou claro que caminho é que o partido quer seguir nesta legislatura? Estas são algumas da questões às quais Paulo Baldaia dá resposta, no habitual espaço de comentário e análise das manhã de segunda-feira.

"Diria que o PS, que estava absolutamente necessitado, e reconhece isso, de fazer uma profunda reflexão, de se preparar para reestruturar o partido, optou pelo caminho mais simples, o de se unir, evitando divisões quando se aproximam mais eleições, no caso as autárquicas, mas todo o caminho que o PS está obrigado a fazer foi adiado, não se faz agora, portanto esta é uma candidatura única, mas não é uma candidatura que esteja a unir todo o partido, há apenas uma parte do partido que resolveu não ir a votos, não ir medir forças. Obviamente que isso facilita a vida a José Luís Carneiro, mas complica a afirmação do PS", considera o comentador da SIC.

Pedro Nuno Santos despediu-se da liderança do PS, sem assumir erros pelo resultado das legislativas, mas com a garantia de que terminou a vida partidária.

"O PS está agora obrigado a viabilizar o governo, não apenas o programa de governo, mas os próximos dois orçamentos seguramente, e é preciso que o país tenha, e esperemos que isso nunca aconteça, uma crise económica que levasse a desemprego para que o PS pudesse fazer parte novamente de uma crise, que obrigasse o Governo a demitir-se ou que apresentasse uma moção de censura e aprovasse com o Chega, para podermos ter eleições antes do final da legislatura. Portanto, o PS, para já, comprou tempo para si e para o Governo", acrescenta Paulo Baldaia.

José Luís Carneiro diz que fará de tudo para garantir a estabilidade política em Portugal e, por isso, apela ao diálogo por parte da AD. No fim da Comissão Nacional socialista, o candidato à liderança do PS disse estar empenhado na unidade do partido.