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Entrevista SIC Notícias

"Mário Machado teve sorte, havia guardas naquele dia para o poder socorrer"

O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, considera que se podia "estar a falar de um caso bem mais grave devido à falta de guardas prisionais". A propósito do incidente com Mário Machado na prisão de Alcoentre, Frederico Morais renova o alerta para a falta de guardas prisionais.

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Mário Machado foi agredido na prisão da Alcoentre. A agressão aconteceu na segunda-feira, o mesmo dia em que deu entrada na cadeia para cumprir pena. Não houve necessidade de tratamento hospitalar e Mário Machado não quis apresentar queixa. Em entrevista à SIC Notícias, Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, refere que o militante de extrema-direita foi agredido por reclusos ciganos.

"Por acaso, na segunda-feira, havia guardas suficientes, o que não costuma acontecer, porque nós, primeiro, para socorrer o recluso, também temos que garantir a nossa segurança para poder entrar na ala. Os reclusos, quando os meus colegas chegaram, respeitaram as ordens, pararam e conseguiram tirar o recluso, que neste momento está na outra ala.

É importante aqui dizer que os guardas prisionais são cada vez menos. Aquele até é um estabelecimento prisional que neste momento está em greve ao trabalho suplementar, devido à exploração que o corpo da guarda sofre neste momento", explica Frederico Morais.

Questionado sobre se casos semelhantes de agressões acontecem regularmente ou podem acontecer com mais regularidade por não haver o corpo de segurança necessário, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional dá conta dos relatos que lhe foram transmitidos esta terça-feira, num plenário no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.

"Os meus colegas relataram-me duas tentativas de homicídio entre reclusos. Nós somos cada vez menos, cada vez nos exigem mais tarefas para fazer. Agora obrigam-nos a estar constantemente nos pátios, constantemente em atividades desnecessárias, que nós continuamos a validar como desnecessárias para a reinserção social", refere Frederico Morais.

Ainda na cadeia de Paços de Ferreira, o presidente do sindicato dá conta da situação de um colega que sozinho "tem que controlar o setor oficinal, a escola, tem que controlar a parte das bibliotecas, tudo".