Sem entrar em alarmismos, as associações que apoiam pessoas em situação de sem-abrigo, no Porto, garantem que a agressão de neonazis a duas voluntárias foi um caso isolado, mas pedem mais segurança. O assunto vai ser discutido na próxima semana, numa reunião com a Câmara do Porto e a Polícia Municipal.
Numa carta aberta, estas associações criticam a falta de dados estatísticos sobre os migrantes e garantem que tem havido um aumento desta população. Apelam a um pacto de regime e avisam que é urgente criar alojamentos de longa duração. Quem vive na rua também é vítima da insegurança.
Na terça-feira à noite, Dia de Portugal, um grupo de pessoas em situação de sem-abrigo esperava, junto ao Mercado do Bom Sucesso, no Porto, pela carrinha que distribui comida, quando começaram as agressões.
Os homens agrediram, injuriaram e ameaçaram também duas voluntárias de uma associação de apoio aos sem-abrigo. Depois de fazerem a saudação nazi, responsabilizaram-nas pelo aumento de imigrantes no país.
Episódios de violência no mesmo dia das agressões ao ator Adérito Lopes, no Teatro A Barraca, em Lisboa. Com o mote “Não queremos viver num país do medo”, foram marcadas para o próximo domingo concentrações em várias cidades para condenar os ataques neonazis.