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Buscas na Câmara de Oeiras: Isaltino Morais nega envolvimento da autarquia

As autoridades acreditam que terão sido usados fundos públicos de forma indevida em benefício de terceiros, através de ajustes diretos e contratos de prestação de serviços com a empresa Municípia, cuja maioria do capital é detida pela Câmara.

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, intervém durante a inauguração da Unidade de Saúde Mental do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, equipamento composto por 12 gabinetes clínicos Psiquiatria/Psicologia/Enfermagem, sala de "Grupos Terapêuticos" e "Unidade de Dia", para além de espaços de apoio administrativo.
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A Polícia Judiciária fez, esta quinta-feira, buscas na Câmara de Oeiras por suspeitas de corrupção. Em causa estarão contratos com uma empresa que podem ter lesado o Estado.

Os carros da Polícia Judiciária, de novo estacionados em frente à autarquia, não bloquearam a boa disposição do presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais.

“Parece que tenho mel para a comunicação social”, afirma o autarca.

No interior do edifício procuravam-se provas de corrupção, mas Isaltino diz qual é o envolvimento da Câmara: "Não é nenhum ao que percebi".

Explica, no entanto, quem está, afinal, no centro da investigação:

“Tem que ver com a atividade da Municípia, uma empresa na qual a autarquia tem a maior parte do capital, mais de 50%, relativamente a negócios que foram realizados em Nampula para o Governo de Moçambique com financiamento do Banco Mundial."

A empresa municipal presta serviços técnicos na área da cartografia e dos sistemas de informação. É dirigida por António Fernandes, o principal visado da investigação, alvo de buscas domiciliárias esta quinta-feira.

Suspeitsa surgiram há dois anos

As suspeitas não são novas. Notícias de há dois anos davam conta de transferências suspeitas para a conta de um empresário moçambicano, mas Isaltino garante que, na época, o caso “foi objeto de uma auditoria, que não detetou qualquer ilegalidade".

O Ministério Público e a Polícia Judiciária têm diferente entendimento e acreditam que há mesmo indícios de corrupção, participação económica em negócio e abuso de poder.

Procuraram esta quinta-feira na autarquia o rasto de milhões de euros em transferências bancárias nos últimos anos.

Suspeita-se que terão sido usados fundos públicos de forma indevida em benefício de terceiros, através de ajustes diretos e contratos de prestação de serviços

Isaltino promete transparênciae colaboração.