Os pais de alunos com autismo estão revoltados com a recusa da matrícula dos filhos numa escola em Barcelos. Alegam que o diretor do agrupamento decidiu de forma discriminatória.
Em causa estão três alunos autistas, que têm 19 anos e o 12.º ano concluído no agrupamento de Escolas Vale do Tamel, em Barcelos.
Os pais pediram que estes alunos ficassem mais um ano na escola. Alegam que a lei prevê a renovação da matrícula até aos 21 anos para estudantes portadores de deficiência, quando não há alternativa fora da escola.
“Obviamente, não estão dentro da escolaridade obrigatória, mas não têm, neste momento, resposta digna fora da escola”, explica Celeste Rodrigues, mãe de aluno autista
Noutros agrupamentos do distrito de Braga, o mesmo pedido foi aceite. “Tem colegas que vão ficar, pelo terceiro ano consecutivo, no 12.º ano”, refere Sofia Cruz, mãe de outro aluno autista.
“Ele não tem voz, mas eu tenho de lutar elos direitos dele. Porque a sociedade não ajuda, a sociedade descarta”, lamenta esta mãe.
Neste caso, os alunos têm uma resposta prevista, mas que só acontecerá no prazo de um ano. Vão ser integrados num Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão na Apúlia, em Esponde, mal terminem as obras do espaço. Uma solução conseguida depois de um outro protesto do Movimento Pais em Luta.
A SIC contactou o agrupamento em causa, mas o diretor e professor de Educação Moral e Religiosa declarou não ter agenda disponível para falar aos jornalistas.