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Vivem com percevejos e ratos: armazém em Loures que aloja imigrantes é arrendado por pastores evangélicos

As autoridades descobriram um armazém, em Loures, onde habitavam mais de 20 pessoas ilegalmente. Os responsáveis pelo alojamento são dois pastores evangélicos. A SIC conseguiu entrar no espaço, onde, mesmo depois da operação policial, ainda vivem pelo menos oito pessoas.

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Na Bobadela, em Loures, o portão de um armazém na cave de uma casa esconde mais um caso de habitação ilegal na Grande Lisboa. Até à intervenção da polícia, esta terça-feira, viviam lá mais de 20 pessoas, a maioria imigrantes. Apenas um deles não estava legalizado. Há também um casal de portugueses, que continua a viver naquele espaço até encontrar outra solução.

São pelo menos 13 quartos e quatro casas de banho. A renda por quarto pode ir dos 200 aos 350 euros por mês. A falta de condições do local já gerou queixas pelos próprios moradores.

“O senhorio diz que não quer saber disto para nada”, aponta um dos moradores, Manuel Correia, falando em pragas de percevejos e ratos.

Os responsáveis pela habitação são dois pastores evangélicos, que subarrendam o espaço a um proprietário português.

A SIC conseguiu falar com um dos pastores, Eliseu Oliveira, que reconhece falhas nas condições do local. “Infelizmente, muitas melhorias precisam de ser feitas", admitiu, em declarações.

O pastor remete, contudo, a maioria das responsabilidades para os moradores.

“Por exemplo, uma pessoa prepara uma comida. Não teve o cuidado de jogar aquela comida onde se joga o lixo. Se uma só pessoa descuidou, ela prejudica todos coletivamente”, aponta. “Quem mais reclama é quem menos faz.”

O sócio de Eliseu, também pastor evangélico, será responsável pelo armazém em São João da Talha, também no concelho de Loures, que, no início do mês, foi descoberto pela polícia por alojar ilegalmente mais 40 imigrantes.

Ao que a SIC conseguiu apurar, em ambos espaços ainda vivem pessoas, mesmo depois das operações policiais.