O Governo afirma que foi garantido o acesso a cuidados de saúde à grávida em situação de risco que perdeu o bebé na madrugada de quarta para quinta-feira.
Em comunicado, o Ministério da Saúde nega que tenha sido recusada assistência à mulher, apesar do encerramento das urgências obstétricas na margem sul.
Segundo a mesma nota, a grávida foi acompanhada por um médico da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) durante o percurso até ao Hospital de Cascais, sendo ainda referido que todos os protocolos foram cumpridos neste processo. No final do comunicado, o ministério lamenta o desfecho trágico e apresenta condolências à família.
Este é mais um caso ocorrido com uma grávida da margem sul num espaço de menos de 15 dias. A mulher, de 38 anos e com 31 semanas de gestação, terá começado a sentir-se mal e contactado uma linha de saúde antes da meia-noite.
O INEM garante ter recebido o primeiro contacto à 01h30, tendo encaminhado a chamada para o SNS24.
Às 01h47, o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) recebeu nova chamada, que reportava a diminuição do tempo entre contrações, ainda sem rutura da bolsa. O INEM acionou então uma ambulância dos Bombeiros Voluntários do Barreiro.
Entre as 01h47 e as 02h48, o CODU tentou encontrar uma urgência obstétrica disponível, tendo a utente sido referenciada para o Hospital de Cascais.
Às 02h51, os bombeiros contactaram novamente o CODU para informar que a grávida estava a sofrer uma hemorragia. Foi então acionada a VMER do Hospital do Barreiro, que a transportou para o Hospital de Cascais — uma viagem que dura cerca de uma hora de carro entre as duas localidades.
A Ordem dos Médicos já pediu uma avaliação urgente do caso e levanta dúvidas sobre o papel da Direção Executiva do SNS.