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Comissão de Proteção das Crianças diz que não há menores em risco no bairro do Talude

Questionada pela SIC Notícias, a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) garante que não há crianças em perigo na sequência das demolições no baiirro do Talude Militar, em Loures.

Comissão de Proteção das Crianças diz que não há menores em risco no bairro do Talude
TIAGO PETINGA

A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) está a acompanhar a situação dos menores envolvidos no processo das demolições no Bairro do Talude Militar, em Loures.

Desde segunda-feira que o bairro do Talude Militar, em Loures, tem estado no centro da atualidade devido às demolições das barracas onde onde vivem 161 pessoas. O processo foi travado por ordem do tribunal, mas 51 casas já foram demolidas deixando dezenas de pessoas sem sítio para morar, incluindo crianças.

Questionada pela SIC Notícias, a CNPDPCJ afirma que não há crianças em situação de perigo sem adiantar mais detalhes no que respeita ao número de menores envolvidos ou à forma como está a acompanhar toda a situação.

"Até à data, não há sinalizações de crianças em perigo", declarou a CNPDPCJ.

Aministia Internacional alerta para "possíveis violações de direitos humanos"

A Amnistia Internacional indicou esta quinta-feira que está a acompanhar as demolições em Loures e Amadora "com preocupação" admitindo que possam estar em causa "violações de direitos humanos".

A organização pelos direitos humanos destaca em comunicado enviado às redações que "mais de 50 famílias, incluindo dezenas de mulheres, crianças e idosos estão na rua, muitos a dormir ao relento junto do que restou das suas casas após as demolições" de segunda-feira e terça-feira nos bairros do Talude Militar, Catujal, em Loures, e da Estrada Militar, Mina de Água, na Amadora.

Perante a informação recolhida, a Aministia alerta para as possíveis violações de direitos humanos nas demolições em Loures e Amadora, lembrando as obrigações das autoridades locais e do Estado previstas na Lei de Bases da Habitação (Lei n.º 83/2019, de 3 de setembro).

Autarca de Loures garante que o apoio está disponível mas demolições vão continuar

O Presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, diz que a autarquia deu apoio às familias que o pediram e que quem vivia no Bairro do Talude foi avisado das demolições.

Num vídeo partilhado no Facebook, Ricardo Leão diz que as construções ilegais são inaceitáveis e colocam em causa a "segurança, a salubridade e a dignidade das pessoas" e, nesse sentido, garante que a Câmara vai continuar as demolições.

Não querendo "alimentar discursos políticos", garante que esta não foi a primeira, nem será a última intervenção do género promovida pela autarquia e que todos os habitantes do bairro do Talude foram "informados pessoalmente" pelos serviços da Câmara Municipal antes do início do processo.