Miguel Albuquerque acusa a República de não assumir os custos da soberania na Madeira e diz que, de momento, quem paga os cuidados de saúde aos polícias e aos militares são os contribuintes madeirenses. Por isso, quer uma revisão constitucional para acabar com o centralismo de Lisboa que faz da "autonomia um negócio".
Luís Montenegro foi convidado para a festa, mas o Chão da Lagoa é território do PSD-Madeira e Albuquerque decidiu que era a altura certa para pedir mais autonomia. Disse no discurso e no meio do nevoeiro e voltou a repetir.
O negócio é bom para o Estado, que deixa as contas para a Madeira e esquece de fazer investimentos.
"Os contribuintes da Madeira é que pagam os medicamentos e tratamentos médicos dos membros da GNR, das forças armadas e da PSP, isto é inaceitável (...). Quem paga a Proteção Civil e o próprio helicóptero somos nós."
Se é assim, Miguel Albuquerque prefere avançar para uma revisão constitucional que defina responsabilidades.
De caminho pede a extinção do cargo de representante da República, uma lei das finanças regionais justa e o fim da proibição dos partidos regionais.
A nova autonomia deixaria para o Estado obrigações importantes, como a defesa e a segurança.
Se Luís Montenegro é sensível às reivindicações ou não, isso é outra história. Miguel Albuquerque está cansado de sorrisos.
"Andamos aqui a ser embalados. São todos muito especiais mas quando é para tratar das questões nunca tratam."
No Chão da Lagoa houve sorrisos, mas para o PSD-Madeira não chega. O importante é mesmo a revisão constitucional nos 50 anos da autonomia política.