O Governo quer retirar a educação sexual e a identidade de género dos conteúdos da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. As matérias relacionadas com a identidade de género e educação sexual vão ficar de fora nas novas Aprendizagens Essenciais para a disciplina. O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas diz que a decisão do Governo é mais politica do que pedagógica. Filinto Lima vê nesta escolha uma forma de abafar a polémica.
"A temática da sexualidade deixa-se de parte das áreas temáticas importantes desta disciplina e, de alguma forma, aqui serve também para abafar algum ruído que existiu e que existia, portanto, no âmbito desta área também da identidade de género", refere o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas.
O novo guião vai estar em discussão pública. "A Associação Nacional de Diretores irá também participar e também espero que a sociedade participe até o dia 1 de agosto nesta consulta pública para melhorar o documento que só ontem tivemos conhecimento", apela Filinto Lima.
"As escolas terão que programar as suas vidas nos próximos anos, mas o que é a realidade é que sobretudo a temática da sexualidade deixa-se de parte das áreas temáticas importantes desta disciplina e, de alguma forma, aqui serve também para abafar algum ruído que existiu e que existia, portanto, no âmbito desta área também da identidade de género", sublinha.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas realça ainda a necessidade formação para os docentes: "O que nós gostaríamos é que neste caso concreto, e em outras áreas, por exemplo, literacia financeira, que ao fim e ao cabo é uma nova temática da Cidadania, os nossos professores tivessem formação".
"A formação é necessária não só para esta temática da literacia financeira, que é uma novidade, mas também para outras temáticas como os média, democracia e instituições políticas", reforça.
Sobre a reação dos pais, Filinto Lima diz que as opiniões sobre esta proposta do Governo dividem-se, assim como há posições díspares também entre os professores.