A urgência do novo hospital de Sintra está a funcionar 24 horas desde 12 de julho. O objetivo era aliviar a pressão no Hospital Fernando Fonseca, que serve quase 600 mil habitantes, mas ao Diário de Notícias várias fontes relatam que o efeito foi contrário.
O jornal refere que estão a ser desviados médicos das equipas fixas do Amadora-Sintra para preencher as escalas na urgência do novo hospital. E que isso resultou numa maior sobrecarga para os profissionais e numa degradação do atendimento no hospital Fernando Fonseca.
“A equipa é a mesma e a ideia é puder distribuir as pessoas para não serem duas equipas. Há uma equipa geral no Amadora Sintra e ha uma urgência do Hospital de Sintra e as duas equipas devem funcionar em conjunto. Se há médicos daqui a ir para lá, sim, é verdade. E a ideia é que haja médicos de lá a vir para aqui”, diz Luís Duarte Costa, diretor do serviço de urgências da ULS Amadora Sintra
A FNAM - Federação Nacional dos Médicos - está preocupada com a gestão dos recursos e critica a falta de estratégia. Sublinha que não adianta investir em infraestruturas novas sem reforçar as equipas.
“O que se espera é que possam sair médicos. É inaceitável abrir um hospital sem médicos para sair bem na fotografia, mas depois não terem os médicos lá. O hospital de Sintra no nosso ponto de vista está a ser um símbolo de propaganda e não uma solução”, diz Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM.
A ULS Amadora-Sintra sublinha que a falta de médicos é um problema nacional e defende que a médio prazo o novo hospital de Sintra vai revelar-se uma mais-valia. À SIC, a Ordem dos Médicos confirma que pediu uma reunião de urgência para perceber como está a ser feita a gestão das equipas.