André Ventura voltou a elevar o tom na questão da imigração, criticando a decisão do Presidente da República de enviar a Lei dos Estrangeiros para o Tribunal Constitucional. Em entrevista à SIC Notícias, o líder do Chega ameaça não viabilizar o orçamento do Estado caso o executivo dialogue com o Partido Socialista.
Depois da poeira da campanha das legislativas, que apaziguou os discursos, e quase dois meses após o início da nova legislatura, André Ventura percebeu que o tom já não é monocórdico em matéria de imigração e regressou à confrontação.
Para o líder do Chega, a hierarquização das políticas migratórias é plástica, mudando conforme o bolso dos que pretendem viver em Portugal. Mesmo sem linha direta com Belém, a crítica chegou até à porta do Presidente da República.
A anunciada intenção de viabilizar o orçamento do Estado pode agora cair por terra, sob a ameaça de novas eleições. Entre acusações de arrogância democrática e medidas eleitoralistas, Ventura aponta irresponsabilidade ao Partido Socialista.
Numa arquitetura parlamentar complexa, a expressão política dos partidos indica que são precisos dois para dançar o tango. Só depois da apresentação do orçamento é que a oposição decidirá se aceita ou não "calçar os sapatos de dança".