O caso começou quando, à revelia da mãe, os dois filhos do casal, então com dois e quatro anos, foram levados de Madrid, onde viviam com os pais já separados, para Lima, no Peru. Desde então, Ana raramente conseguiu estar com Rafael e Filipe. Segundo a mãe, os comportamentos das crianças mudam dependendo de quem lhes faz as perguntas, o que considera ser um caso de alienação parental e violência psicológica.
No dia 9 de junho, Ana recebeu uma decisão favorável da Justiça peruana, que decretou a entrega imediata das crianças à mãe. Apesar de já terem sido marcadas duas datas para a concretização da decisão, o pai recusou cumprir a ordem judicial. Uma nova tentativa está agora marcada para a próxima quinta-feira.
O pai justificou em tribunal a não entrega das crianças com acusações de que Ana sofre de depressão profunda e bipolaridade, afirmando que não tem capacidade para cuidar dos filhos. No entanto, segundo perícias psicológicas e psiquiátricas realizadas no âmbito do processo, não foram encontrados indícios de qualquer perturbação que comprometa o discernimento ou a capacidade parental de Ana Gaivão.
Com mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de Harvard, Ana é subdiretora de uma das maiores plataformas de emprego da Europa e está atualmente de licença sem vencimento. Os dois filhos têm dupla nacionalidade, portuguesa e peruana, por via do pai. Ana promete não desistir, mesmo sem saber, há já 47 dias, onde estão os filhos.