A vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, que anunciou o apoio à igreja Hillsong Portugal na reunião de Câmara de 27 de julho, assina, por delegação de competências do presidente, o pedido de esclarecimento ao pastor Mário Boto — responsável pela igreja Hillsong Portugal.
Nesse documento, Sónia Lopes cita a reportagem da SIC e quer que Boto explique os escândalos associados à igreja referidos na peça — assédio sexual, exploração de voluntários e discriminação de homossexuais. Até que esses esclarecimentos surjam, avisa a autarca, os 150 mil euros não sairão da Câmara.
O destinatário da carta da vice-presidente da autarquia, o pastor Mário Boto, está de férias, mas, em comunicado, a Hillsong Portugal esclarece que cada igreja nacional é autónoma, nada tendo que ver com as Hillsong de outras geografias, nem com os factos descritos no documentário da Vanity Fair e a que a SIC deu eco.
A igreja Hillsong é um fenómeno global. É longa e sonante a lista dos fiéis famosos a Hillsong, que atrai sobretudo jovens — milhões no mundo inteiro, 40 mil na conta de Instagram em Portugal.
O culto surge embalado em elevadas doses de música pop. A Hillsong Portugal alojou-se à beira do Aeroporto Humberto Delgado, no Prior Velho, concelho de Loures.
Os 150 mil euros da Câmara Municipal representam um apoio pontual que, assegura a igreja, reconhece a contribuição comunitária da Hillsong Portugal no concelho de Loures junto de crianças, jovens, famílias em situação de vulnerabilidade e pessoas em situação de sem-abrigo.