Há encarregados de educação a defender que o telemóvel passe a ser proibido até ao 12.º ano. No ano letivo que está a começar, a proibição aplica-se apenas até ao 6.º ano. Mas os pais consideram que deve ser seguido o exemplo de outros países e decretar a proibição total.
Os dados indicam que os jovens e crianças portugueses passam, em média, mais de 4 horas por dia conectados aos dispositivos eletrónicos.
A dependência digital é hoje comprovada por estudos que dizem que é nas idades mais baixas que o controlo é mais complicado, com consequências ao nível cognitivo, físico e até de saúde mental. Por isso, a proibição do uso em espaço escolar até ao 6.º ano foi aplaudida por muitos. Mas não chega para todos.
“É escasso. Não deve haver telemóveis em todo o percurso escolar do aluno”, defende Mariana Reis, fundadora da Associação Mirabilis, que visa equipar as famílias com informação sobre o impacto dos telemóveis, das redes sociais e da dependência da internet.
Quais os benefícios de proibir os telemóveis?
Depressão, ansiedade, solidão, perturbações do sono e dificuldades escolares, entre outras, são algumas das consequências do abuso dos ecrãs. Com as crianças e jovens a usarem os meios digitais de forma mais generalizada e até prolongada, é preciso agir rapidamente.
“Temos de ser rápidos a estender [a proibição] a todos os anos letivos”, urge. “Temos de ir atrás de quem está a fazer bem, de quem mostra os resultados positivos.”
Mariana Reis considera que os jovens adolescentes, ao nível do 3.º ciclo de escolaridade, poderão “beneficiar imenso” de “uma regra que venha restringir os ecrãs” no espaço escolar.
“Não devemos demorar em replicar cá em Portugal as melhores práticas. Há países já com esta noção claríssima, assente em estudos, de que os alunos beneficiam no rendimento escolar, na capacidade de foco e de atenção, em tudo o que tenha a ver com interação social, na capacidade de brincar,...”
A Associação Mirabilis fez uma parceria com uma das principais operadoras de telecomunicações para disponibilizar a todos ferramentas e informação. Prevenção, consciencialização e mudança de comportamentos são os principais objetivos.