A manifestação de imigrantes junto ao Parlamento decorria, esta tarde de quarta-feira, de forma pacífica até o líder do Chega decidir aparecer no local.
Quando os manifestantes já estavam a preparar-se para abandonar a zona da Assembleia da República, André Ventura surgiu, acompanhado pelos seus seguranças e por vários deputados do partido, para falar aos jornalistas.
Os ânimos exaltaram-se com os manifestantes a gritar "fascista", "racista" e “Portugal é de quem trabalha”, enquanto o líder do Chega respondia com: "Eles têm de aceitar as regras. A lei serve para quem quer cumprir regras e lei visa pôr regras, não vamos desistir".
“Estou a tentar falar com eles mas eles não querem, isto é que é a cultura do fascismo”, disse aos jornalistas, acrescentando que “eles têm de cumprir regras e pagar impostos, é isso que nós exigimos”.
Apesar dos protestos, Ventura permaneceu no local cerca de 15 minutos, sustentando que “eles têm direito a manifestarem-se mas nós temos direito a dizer-lhes o que pensamos".
“Se eles não têm essa cultura de liberdade e democracia, não são bem-vindos em Portugal", concluiu o líder do Chega.
“Ato de provocação”
Após o que consideram ser um ”ato de provocação", uma das manifestantes disse, em entrevista à SIC Notícias, que querem apenas lutar pelos seus direitos e que "não se escondem atrás de outras pessoas".
"Os imigrantes não se escondem atrás de outras pessoas. Viemos lutar por documentos para todos. Trabalhamos, descontamos, contribuímos para a riqueza deste país. Estamos aqui há dois, três, quatro, 10 anos e muitos nasceram em território nacional (...). Estamos aqui para lutar", afirmou a manifestante.
Recorde-se que a manifestação foi organizada pela Associação Solidariedade Imigrante e contou com a presença de centenas de pessoas junto à Assembleia da República.