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Mistério perto de águas portuguesas: navio russo intercetado ao largo da Póvoa de Varzim

É um caso envolto em mistério. Em causa está um navio de bandeira russa sob sanções dos EUA e da UE e que carrega um passado sombrio.

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Um cargueiro russo usado para o transporte de armas e mísseis foi intercetado no final de agosto ao largo da Póvoa de Varzim.

O navio de bandeira russa já foi usado para transportar mísseis da Rússia para a China, entregou blindados russos a mercenários no Mali, e esteve ligado a uma empresa responsável por fazer chegar armas da Coreia do Norte às tropas de Putin na Ucrânia.

O caso em águas portuguesas remonta a 27 de agosto, quando o cargueiro entrou na Zona Económica Exclusiva portuguesa.

Nos dias seguintes, aproximou-se da costa. Foi intercetado a 29 de agosto, ao largo da Póvoa de Varzim, a cerca de três milhas náuticas - isto é, a menos de seis quilómetros - de violar águas territoriais portuguesas.

Contactado pelo centro de operações marítimas, o navio disse estar à deriva. Comunicou uma avaria, mas não terá revelado o destino final, nem o número de tripulantes ou a natureza da carga a bordo.

A omissão terá sido deliberada, o que adensa o mistério em torno da atividade do cargueiro.

A Marinha portuguesa confirma o trajeto e confirma também que o navio foi rebocado para a Argélia, já que navios com pavilhão russo estão proibidos de atracar na Europa.

O cargueiro em causa tem quase 30 anos, mas já mudou várias vezes de nome e de bandeira. A prática é comum quando se procura agir em segredo e encobrir atividades ilegais.