O Ministério da Saúde poderá obrigar, por despacho, os obstetras do Barreiro a cumprirem as escalas de serviço no Garcia de Orta, em Almada, noticia esta sexta-feira o jornal Expresso. Num comunicado, a tutela diz apenas que está a preparar a criação de uma urgência regional para a Península de Setúbal. A FNAM pede a demissão da ministra Ana Paula Martins.
A possibilidade da Ministra poder obrigar os obstetras do Barreiro a serem mobilizados para as urgências do Garcia de Orta, em Almeida surpreendeu os profissionais e as organizações que os representam.
Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos, diz que a proposta é "lamentável e censurável".
Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, considera que as medidas coercivas "vão empurrar mais médicos para fora do SNS" e alimentar setor privado.
Em alternativa propõem negociações e a busca de soluções conjuntas para o problema que afeta a Península de Setúbal.
A FNAM considera que o setor privado está a ocupar o espaço do SNS e aponta o dedo ao Governo.
Contactada pela SIC, o Ministério da Saúde responde dizendo que a Saúde e as Finanças estão "a ultimar o enquadramento jurídico da futura urgência regional da Península de Setúbal".
O diploma pretende, também "assegurar a justa e devida compensação dos profissionais que trabalham no Serviço Nacional de Saúde".
No dia em que esta polémica estala na sequência da notícia do jornal Expresso, por coincidência, a urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital do Barreiro é a única encerrada em todo o país.