A associação ambientalista Zero e uma associação de moradores de Lisboa lançaram esta segunda-feira uma petição para que só possam circular no centro da capital, veículos elétricos, exceto se forem de residentes ou de emergência.
"A Zero considera crucial a criação da primeira Zona de Zero Emissões (ZEE) na Baixa, proibindo a circulação de veículos que não sejam 100% elétricos", sublinha, em comunicado, a associação ambientalista.
No abaixo-assinado, disponível online, a Zero - Associação de Sistema Terrestre Sustentável e a Associação de Moradores de Santa Maria Maior propõem que a ZEE abranja a rua da Madalena, o largo José Saramago, o Cais do Sodré, o Chiado, o Rossio e a praça da Figueira e que não se aplique a residentes na freguesia de Santa Maria Maior e veículos de emergência.
Santa Maria Maior é a freguesia à qual pertence a maioria daqueles locais. A implementação de um limite de velocidade máximo de 30 km/h, a criação de corredores BUS para a circulação de "transporte público eletrificado regular" e a prioridade aos residentes em parques de estacionamento subterrâneos são outras das medidas a que as associações apelam.
Na nota remetida à Lusa, a Zero justifica a necessidade de instituição de uma ZEE com o facto de dados recolhidos no último ano pela associação revelarem que se mantém uma "concentração de poluentes atmosféricos em níveis preocupantes" em artérias como a avenida da Liberdade e a rua da Madalena.
"Estes resultados mostram o falhanço da atual Zona de Emissões Reduzidas (ZER), que se encontra totalmente desatualizada e sofre de falta de fiscalização", sustenta.A primeira ZER foi instituída em 2011 e restringe a circulação de veículos mais antigos, sem limitar o trânsito a viaturas elétricas.
Esta segunda-feira termina a Semana Europeia da Mobilidade, à qual, segundo a Zero, aderiram 96 municípios portugueses, embora "sem lugar ao tradicional 'Dia Sem Carros' nas principais cidades" do território nacional.