O Parlamento discutiu, esta manhã, os limites à publicidade ao jogo online. O tema tem gerado divisão. Há partidos que querem limites rigorosos tanto ao jogo online como à venda da raspadinha. Mas a associação que representa o sector considera que tal só aumentará o jogo ilegal.
A publicidade dos jogos online está à distância de apenas um clique. São muitos os anúncios a casas de apostas que nem sequer estão regularizadas em Portugal.
As casas de apostas recorrem, inclusive, a caras conhecidas, pessoas com milhares de seguidores nas redes sociais, para promoverem os jogos. O objetivo é claro: atrair novos jogadores.
O tema foi ao Parlamento esta sexta-feira. O Livre expôs, no debate, um caso real.
“Nenhuma palavra descrevia melhor o estado de espírito da Verónica, 26 anos, naquele dia. A renda da casa tinha de ser paga, mas não havia dinheiro. O namorado nem um tostão deixara na conta e, sem que ela suspeitasse, tinha-lhe gasto todos os euros que poupara com esforço. Ricardo, 28 anos, estava viciado em apostas desportivas online.”
O Livre já deu entrada com nove iniciativas na Assembleia da República, para proibir a venda de raspadinhas em hospitais e limitar a publicidade dos jogos online.
Entre a proibição total e a mera garantia de não confundir operadores legais com ilegais, as opiniões dividem-se sobre como olhar para os anúncios do jogo. Enquanto isso, os números não param de crescer. Os portugueses gastam cerca de 3 milhões de euros por dia em apostas online.
Também aumenta o número de jogadores que pedem para serem banidos das próprias plataformas. Segundo o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, são mais de 326 mil os casos de autoexclusão. Por dia, são registados cerca de 200 novos pedidos. A esmagadora maioria dos jogadores opta por bloqueios sem prazo definido.