O relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde concluiu que estão mais profissionais de saúde no SNS do que há sete anos. Porém, há um decréscimo na produtividade. O investigador da Escola Nacional de Saúde Pública, Vasco Ricoca Peixoto avisa que esta indicação é “um simplismo de análise” e recorda que não haver falta de médicos em número absoluto, não significa que as pessoas sintam dificuldades em aceder a certos serviços ou especialidades.
Para além disso, sublinha que mais produção nem sempre está associada à melhor qualidade ou melhor acesso.
Vasco Ricoca Peixoto considera que a contratação de médicos tarefeiros, para colmatar falhas é legítimo, se não for sistemático. Caso se apresente este cenário, “há que pensar na capacidade do SNS para responder a estas situações”.
O investigador da Escola Nacional de Saúde Pública refere que a redução de produtividade durante a pandemia foi “expectável” e que a covid-19 continuará a ser um “grande disruptor” no setor da saúde.
“A covid-19 ainda é motivo para levar mais a sério a necessidade de investimento e vai continuar a criar picos de pressão na saúde”, avisa Vasco Ricoca Peixoto.
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