Dos 11 ex-ministros que deixaram o Governo de António Costa, apenas quatro ficam como deputados. A maioria regressa às instituições onde trabalhava antes de fazer parte do Governo, mas também há quem tenha optado por fazer uma pausa ou mesmo reformar-se.
Pedro Siza Vieira
Na hora da despedida fez saber que ia tirar umas férias, sem nunca verbalizar o incómodo de uma saída inesperada. Pedro Siza Vieira foi uma das maiores surpresas na lista de substituições no Governo de António Costa, incluindo para o próprio, que terá mostrado disponibilidade para ficar.
A vida de Siza Vieira até pode não ser a política, como fez questão de sublinhar no vídeo que publicou no dia da tomada de posse do novo Governo, mas contactado pela SIC o ex-ministro da economia também não adianta qual será.
Quando entrou para o Executivo vendeu a participação que tinha na empresa Linklaters.
Questionado se pode vir a exercer noutras sociedades de advogados, diz apenas que nada o impede de voltar à advocacia. Para já, diz apenas que está em pausa e sem planos.
João Leão e Manuel Heitor
Já João Leão não teve de pensar muito. O até agora ministro das finanças voltou ao ISCTE. Agora, já não apenas como professor, mas como vice-reitor. Um dos projetos que terá em mãos será o centro de valorização e transferência de tecnologias, que conta com apoios públicos de oito milhões de euros, inscritos no Orçamento do Estado que ajudou a desenhar.
Quando a notícia foi avançada pelo jornal Público, que mostra que a contrapartida nacional para o projeto vem da dotação centralizada do Ministério das Finanças, João Leão apressou-se a garantir que não interveio na decisão e a contrapor que o contrato foi negociado com o ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, pasta até aqui liderada por Manuel Heitor que, assim que passou a tutela a Elvira Fortunato, regressou ao Instituto Superior Técnico, onde é professor catedrático.
Ricardo Serrão Santos
Também de volta à vida académica está Ricardo Serrão Santos. O ex-ministro do Mar regressa à Universidade dos Açores, onde era investigador principal e onde foi diretor do departamento de oceanogragia e pescas.
Francisca Van Dunem e Nelson de Souza
Já Francisca Van Dunem, ao fim de seis anos com a pasta da Justiça, optou por meter os papéis para a reforma. A ex-ministra aposentou-se como juíza conselheira, embora nunca tenha exercido funções no Supremo Tribunal de Justiça. A partir do próximo mês, vai receber uma reforma de 6.750 euros mensais.
Se depender apenas do tempo de serviço, a reforma também poderá ser uma opção para Nelson de Souza, até agora ministro do planeamento, que não confirmou ainda o que fará daqui em diante. Antes de entrar para o Governo, era diretor municipal de Finanças na Câmara de Lisboa.
Santos Silva, Alexandra Leitão, Brandão Rodrigues, Matos Fernandes e Graça Fonseca
Os outros cinco ex-ministros da lista de dispensados vão continuar a cruzar-se nos corredores no Parlamento.
Augusto Santos Silva como Presidente da Assembleia da República. Alexandra Leitão, Tiago Brandão Rodrigues, João Pedro Matos Fernandes e Graça Fonseca como deputados. Tomaram posse, mas não é certo que todos cumpram o mandato até ao fim.
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