O Ministério Público acusa José Sócrates de estar a atrasar o desenrolar da Operação Marquês. A posição do procurador surge numa resposta a mais um recurso pedido pelo antigo primeiro-ministro, a poucos dias de ser interrogado sobre as viagens ao Brasil.
O procurador Vitor Pinto assina um documento de 20 páginas em que acusa o antigo primeiro-ministro de estar a atrasar “a todo o custo” o desenrolar dos processos da Operação Marquês. O texto é uma resposta a mais um recurso da defesa de Sócrates, que o Ministério Público diz ser o resultado de uma “criatividade jurídica” que “parece não ter limites”.
No documento, a que a SIC teve acesso, Vitor Pinto diz que o arguido “não tem interesse em agir neste recurso”. Avisa ainda que a “desvantagem” que a defesa de Sócrates invoca para avançar com o pedido é “um andamento mais célere” do processo que, na verdade, “a todo o custo tenta contrariar”.
Diz também que é “caricato” ver que o José Sócrates invoca o direito a uma decisão em prazo razoável “quando tudo faz para protelar o andamento dos autos”.
Chamado pela juíza para explicar as viagens ao Brasil que não foram comunicadas à justiça, José Sócrates é interrogado esta quinta-feira. O antigo primeiro-ministro poderá vir a ser alvo de um agravamento das medidas de coação decididas pela juíza Margarida Alves, que pediu entretanto para ser transferida.
O pedido surge depois do ex-primeiro-ministro ter tentado afastar a juíza e outras duas magistradas por alegada falta de sorteio eletrónico.
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