De visita à Suíça, o Presidente da República aplaudiu a decisão do Governo em apoiar Costa e deixou elogios ao percurso do ex-primeiro-ministro.
A Europa parece ser cada vez mais uma certeza como o próximo destino de António Costa. O Governo já fez questão de anunciar que apoia a candidatura do ex-primeiro-ministro a presidente do Conselho Europeu. Agora, foi a vez de Marcelo Rebelo de Sousa, que elogia o percurso do ex-primeiro ministro.
"Tem uma vantagem para a Europa: ele conhece muito bem a Europa. Move-se bem na Europa, dá-se bem com os potenciais líderes europeus e, por outro lado, é uma voz portuguesa, é uma presença portuguesa. Portanto, é importante para a Europa, é importante para Portugal”, defendeu o Presidente da República.
“O natural é que o Governo apoie um português - e aquele português, com a experiência que tem - para o Conselho Europeu”, acrescentou.
Na decisão dos cargos de topo têm de estar alinhados os nomes para presidente do Conselho Europeu, da Comissão Europeia, e do alto representante para a Política Externa.
Montenegro promete diálogo entre as famílias europeias e, ao que tudo indica, deverá haver consenso na escolha dos cargos. Com a guerra na Ucrânia e a possibilidade de Trump voltar ao poder, a estabilidade da União Europeia é fundamental.
"O Partido Popular Europeu, no qual a minha força política se integra, vai, em primeiro lugar, dialogar com o Partido Socialista europeu, mas também com os liberais, para tentarmos encontrar as formas de convergência que possam proporcionar a eleição dos mais altos cargos da União Europeia”, declarou Luís Montenegro.
Convergência que não é partilhada nem pela Iniciativa Liberal, nem pelo Chega. Já Sebastião Bugalho defende a reciprocidade. No entanto, a escolha é exclusiva dos chefes de Estado e de Governo.
“Costa, quando foi eurodeputado português, votou favoravelmente a eleição de José Manuel Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia. Creio que a reciprocidade é um sentimento português e é um sentimento que vamos colocar em prática”, afirmou Sebastião Bugalho, eurodeputado da Aliança Democrática.
"Quando a nacionalidade das pessoas conta mais do que as suas ideias, podemos ter uma pessoa com ideias absolutamente inaceitáveis, só porque é do nosso país, a ser apoiada. Não faz sentido nenhum”, contrapôs o liberal João Cotrim de Figueiredo.
“Apesar de ser português, eu não consigo apoiar alguém que está tão distante das nossas visões”, declarou também André Ventura, líder do Chega.
A Operação Influencer ainda pode baralhar as contas, mas o facto de António Costa não ser arguido pode tornar o caminho mais fácil.
É esperado que segunda-feira, num jantar informal, os nomes dos altos cargos fiquem decididos. Ainda assim, um acordo formal pode vir a acontecer só o final do mês, altura em que há novas reuniões.