Política

Presidente da República é contra fim imediato do corte de 5% nos salários dos políticos

O Presidente da República é contra o fim imediato do corte de 5% nos salários dos políticos. Marcelo Rebelo de Sousa diz que a medida não põe em causa a promulgação do Orçamento, mas defende que a medida só deveria aplicar-se a futuros mandatos.

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Quase tão tradicional como a campanha de recolha de alimentos é a presença do Presidente da República no epicentro da logística do Banco Alimentar Contra a Fome. Para além das selfies e depois de ultrapassar a fila das centenas de voluntários que participam no trabalho, o presidente quis dar o exemplo.

É a forma que encontra para promover a campanha e tentar convencer mais pessoas a contribuir. O próprio Presidente contribuiu com alimentos e a passagem pelo supermercado no início do dia deixou-o otimista.

“Fiquei com a sensação de que estava melhor do que a última campanha que já foi francamente boa. Uma grande adesão”, disse Marcelo.

Esta será uma das últimas vezes em que o Presidente Marcelo se poderá voluntariar para ajudar o Banco Alimentar Contra a Fome. Está em fim de mandato e os possíveis sucessores começam a organizar-se.

Marcelo continua a resistir falar sobre presidenciais, mas não foge ao fim do corte nos salários dos políticos.

“Teria preferido que fosse aplicável só aos mandatos futuros e não aos mandatos em curso. Já disse que há argumentos pró e contra. Quando me explicaram que era um número enorme de cargos públicos, a vários níveis, que eram direta ou indiretamente abrangidos, respeito que isso possa no futuro pesar para se normalizar a situação”, comentou o chefe de Estado.

Precisamente o fim do corte nos salários dos políticos deu origem a este protesto. Na sexta-feira, o Chega atrasou os trabalhos parlamentares. Apesar de o Presidente considerar este ato reprovável, não acredita que a mudança das regras possa ser o caminho e pede bom senso.

“Seria impossível cada vez que há um ponto discutível na Assembleia da República (…) que houvesse campanha eleitoral nas janelas do Parlamento. Cada partido colocava cartazes, bandeirolas, o que queria. (…) Não é tanto de património material mas imaterial, é mais importante a democracia e o respeito das insituições”, concluiu Marcelo.