Ao entrar na Casa de Serralves siga em frente até ao salão nobre onde está um enorme charriot redondo repleto de blusões intervencionados pelos artistas. A ideia não é só olhar, mas mexer neles, e até usá-los.
Vestir um blusão é recusar a intolerância, a descriminação e a desigualdade. A luta, de sempre, de João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira.
Com o casaco vestido percorra a icónica casa cor de rosa que agora é a Casa Vale Ferreira. São mais de duas décadas de trabalho conjunto que põem em evidência o poder da arte como veículo de resistência e transformação social.
A curadora da exposição Inês Grosso sublinha a natureza densa e intelectualmente provocadora das obras que agora habitam os três pisos da Casa de Serralves.
Unidos na arte e no amor João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira decidiram casar-se em Serralves no dia em que esta exposição foi inaugurada.
O estigma e preconceito em relação à comunidade LGBTQIA+, o impacto do VIH/SIDA, a violência e o silenciamento perpetuados pelas ditaduras, os negacionismos e a relação entre folclore e identidade nacional são alguns dos temas abordados por Vale e Ferreira expostos até novembro na icónica Casa de Serralves, na cidade do Porto.