Quer contrariar o ditado que diz que não devemos ir aos sítios onde fomos felizes. Há dois anos, Cláudia Varejão ganhou o Prémio de Melhor Filme com "Lobo e Cão", na secção "Dias dos Autores", onde agora apresenta em estreia mundial "Kora". Uma curta metragem documental sobre mulheres refugiadas que vivem na Grande Lisboa mas fora de competição.
O cinema é um trabalho coletivo, como diz, e foi em equipa e com a ajuda de associações que descobriu cinco mulheres de geografias diferentes, com situações políticas e contextos diferentes mas com pontos em comum: os afetos e as fotografias de quem amam.
O projeto, que começou a ser pensado há vários anos, quando a realizadora estudava fotografia, mostrou a urgência de ser feito, depois da pandemia, a guerra da Ucrânia e os conflitos que existem no mundo. Diz a realizadora que no documentário "não se pode deixar de mostrar aquilo que é" e ,como sempre, acrescenta "tem de haver qualquer coisa de emocional que me relaciona com o lugar e com as pessoas para onde vou olhar".
A cineasta que recebeu muitos prémios com "Ama-San", também sobre mulheres, diz que "tem um compromisso com as mulheres". Desde cedo percebeu que era um género mais invísivel, silencioso e com muitas feridas.
Neste momento, está trabalhar num novo filme, em Paris, com emigrantes portugueses.
"Mostrar o outro lado de Viana do Castelo, para além da natureza e gastronomia"
Jonathan Tavares faz parte da organização do Neopop. O festival de música eletrónica volta ao Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo de 8 a 10 de agosto. O campismo abre dia 7 e é gratuito até dia 12 para os portadores do passe para os três dias de festival.
Para a organização, a melhor forma de divulgar o festival é apresentar o " combinado de estar num local descentralizado (Viana do Castelo), acolhedor e com espetáculo audiovisual".
Cada edição é preparada com um ano de antecedência para trazer o que de melhor se faz na música eletrónica, a nível nacional e internacional.
A pandemia (que obrigou ao cancelamento do festival em 2020 e 2021) foi um momento de reflexão que "criou o ímpeto de querer fazer mais coisas".
Com uma maior representatividade, a nível musical e de género (há cada vez mais mulheres DJ), cada edição cresce em número de público internacional. Neste momento, 40% dos espectadores são estrangeiros e com grande percentagem de espanhóis, especialmente da vizinha Galiza.
Entre o regresso de Jeff Mills, a estreia de Mochakk ou o techno em dupla de BIIA e Victoria, são muitas as atuações que se dividem pelos três dias do Neopop, com sexta-feia e sábado prestes a esgotar.