Portugal reconheceu oficialmente, no passado domingo, o Estado da Palestina. A posição foi assumida em conjunto com outros nove países: França, Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino.
Portugal defende a criação de dois Estados soberanos, Israel e Palestina, a viver em paz. O reconhecimento quer abrir caminho para uma solução moderada, longe dos radicalismos.
Para Ricardo Costa, “Portugal ganha alguma decência” com esta tomada de posição, já que “Israel está a perder completamente a moral” com as investidas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. “Ganha-se a preservação de uma ideia”, garante, em alusão à solução de dois Estados.
“O que Israel está a fazer na Cisjordânia é uma anexação total do território, uma coisa que a comunidade internacional não pode deixar. Se Israel acabar por anexar, a União Europeia vai aplicar sanções a Israel. É o próximo passo”, diz Ricardo Costa.
O jornalista refere que Portugal foi “hesitante” e que os países “amigos de Israel” deixaram “para o mais tarde possível" a decisão de reconhecer o Estado da Palestina. Ainda assim, Portugal “fez bem em alinhar posição com Paris e Londres”.
“Portugal não ganha absolutamente nada”
Já Maria João Avillez considera que “Portugal não ganha absolutamente nada” em reconhecer o Estado palestiniano, afirmando que o processo não foi feito de maneira adequada e que não vai resolver a guerra no Médio Oriente.
“A Autoridade para a Palestina não existe. Não tem chão, não tem sede, não tem Governo, não tem interlocutor e, sobretudo, não tem autoridade. Se tivesse alguma autoridade, teria certamente uma atuação para a libertação dos reféns”, diz a comentadora.
Este e outros temas em análise na rubrica "Esta Semana" com Ricardo Costa e Maria João Avillez.