Linhas Vermelhas

Morgado sem papas na língua: Costa é o grande culpado da crise política

Miguel Morgado comentou as negociações do Orçamento do Estado para 2022 no "Linhas Vermelhas".

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Em comentário no "Linhas Vermelhas" desta quarta-feira, Miguel Morgado acusou o primeiro-ministro, António Costa, de ser o culpado pela crise política, Rui Rio de dividir o PSD entre "puros" e "os outros" e o Presidente da República de causar instabilidade com as suas declarações.

O social-democrata começou por referir que estamos perante "uma encenação sobre uma grande encenação", relativamente ao Orçamento do Estado e possíveis eleições antecipadas, mas não só.

"Uma encenação do país que virou a austeridade, mas tem máximos de carga fiscal históricos, a encenação de que estávamos a convergir com a Europa, a encenação de que nos tínhamos emancipado da Troika, depois da culpa do PS, mas afinal somos totalmente dependentes do BCE e dos fundos europeus", atirou.

Para Miguel Morgado, não há dúvidas de que António Costa é o "responsável por esta grande ficção".

"Em 2015, criou esta situação e fechou entendimentos com o PSD", lança o social-democrata, sem esquecer de lançar farpas a Rui Rio, dizendo que este "fez figuras tristes de ter António Costa a recusar os seus apelos".

Para Morgado, "António Costa convenceu o pais de que PCP e BE são partidos muito moderados, e que os partidos radicais eram o CDS e o PSD".

"Agora, poderá não ter acordo e ter de chegar ao PR e dizer 'o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista são muito maus, o país não pode ter estabilidade, por isso, deem-me a mim maioria absoluta'", lembra.

Para o social-democrata, o PCP e o Bloco de Esquerda vão continuar o "teatrinho de viabilizar o orçamento e depois dizer 'ai o PS não executa o Orçamento que aprovei'".

Rui Rio, como é habitual, também foi alvo de duras críticas, com o comentador a acusar Rio de querer tornar o PSD "o suplente do PS e condicionar" os seus colegas de partido, ainda causando instabilidade e divisão.

"Rio teve o delírio de que havia os sociais-democratas puros e todos os outros estavam a mais, os liberais, os cristãos", acusa Morgado, que diz ainda que "a derrota no conselho nacional é um pronúncio muito grande de derrota em eleições diretas" no partido.

Por fim, Miguel Morgado termina com críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, que acusa de ter lançado uma "tábua de salvação" a Rio, com declarações que considera "incompreensíveis", falando sobre o comentário relativo a possíveis eleições em janeiro, que acusa serem uma "total irresponsabilidade".

"O Presidente da República tem uma oportunidade de ouro de mostrar ao país que é mesmo imparcial entre o PS e os partidos à Direita", termina.